segunda-feira, 27 de junho de 2016

Brexit... e agora?

Como todos sabem, o Reino Unido votou na Quinta-feira passada para deixar a União Europeia.

fonte: home.bt.com
Muito se tem dito e escrito sobre isto (demais!) e neste momento há um excesso de ruído, que se torna realmente cansativo. Tem sido uns 4/5 meses de inferno em relação a este assunto e os próximos prometem continuar pelo mesmo caminho.

Apenas uns apontamentos sobre a votação. Muito se disse, mas apenas dois ou três argumentos trouxeram decisivamente a votação da “saída” para cima: a primazia do parlamento britânico em relação a qualquer legislação vinda de “Bruxelas” (Bruxelas entre aspas, pois é por estas bandas sinónimo de União Europeia) – o Reino Unido sempre olhou de soslaio para o “Continente”, esta União sempre foi (para eles) suposto ser apenas negócio; a percepção que se gastam milhões em “Bruxelas” que eram melhor aplicados no Serviço Nacional de Saúde e outros serviços públicos; e, claro, o rei dos argumentos: a imigração e o “controlar as fronteiras”. A imigração foi explorada até à exaustão e chegou a um nível tal que se tornou visceral. Não sei se estão a par, mas houve um brutal assassinato em plena luz do dia de uma deputada trabalhista uma semana antes da eleição, instigado pela atmosfera a que se chegou. Muito triste…

Aparentemente houve muita gente surpreendida com o resultado e “arrependida” do voto logo na Sexta-feira. “Era suposto apenas ser protesto, nunca pensei”, tem-se ouvido. O que está feito, feito está. As cenas dos próximos capítulos só mesmo o tempo vai determinar, mas há certamente um exercício de reconciliação nacional a ser feito. Temos um país estraçalhado a meio por uma decisão fundamental e, mais importante que isso, dividido em questões que trouxeram os mais primários sentimentos e atitudes “fora do armário”.

Os próximos meses são para sentir o pulso à Nação e perceber qual é o sentimento. O Reino Unido sempre foi um país mais tolerante que a maioria, veremos se assim se mantém. Assim o esperamos.